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Numa atitude que demonstra claramente a ignorância cultural e total falta de conhecimento do padre com a história do Amapá, os participantes do marabaixo
foram mais uma vez desrespeitados pelo padre que quis mudar a tradição e deixar a imagem do Divino Espírito Santo longe do altar, em um canto escondido atrás de uma coluna. A atitude preconceituosa também foi tomada em 2008 quando o padre dedicou seu sermão para dizer que marabaixo é coisa do demônio e quem participa não vive na plenitude de Deus.
A ação do padre provocou uma reação do povo do Laguinho. Na noite de hoje após seguirem o rito de pegar a murta, os participantes cantando ladrões, tocando caixas e dançando, entraram na Igreja na hora da missa deixando os presentes sem entender
Sob olhares reprovadores dos coordenadores da missa, que chegaram a ameaçar chamar a polícia, Danniela falou entre outras coisas, que não vamos deixar um padre mudar nossa história e que o padre precisa conhecer nossas tradições pra julgar. “O
padre não pode dizer que o marabaixo é coisa do demônio se não conhece os festejos, estamos aqui em protesto a esta atitude preconceituosa, não viemos atrapalhar a missa, mas pedir respeito ao nosso povo, ele quer acabar com nossa história e um povo sem história não existe, e nós existimos”, disse Danniela.
Não é a primeira vez que a cultura do marabaixo é desrespeitada por pessoas que ignoram a tradição amapaense. Um juiz na década de 80 quis impedir os festejos na casa do finado Mestre Pavão por estar perturbando seu sono. Teve que ir embora do Amapá após muitas manifestações. Para construir a UNA os negros tiveram que se armar para enfrentar assessores do prefeito e garantir que o espaço fosse construído. Danniela Ramos vai procurar amanhã mais uma vez o Bispo Dom Pedro pra relatar o acontecimento.
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Texto: MARILÉIA MACIEL
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